domingo, 10 de janeiro de 2010

As rosas não falam

Lembro que, quando pouco mais jovem, costumava comprar flores para namoradas. Certas vezes até recebi algumas. Normalmente rosas. De qualquer cor, mas rosas. Mais que uma lembrança, rosas têm um simbolismo que só elas. Não tenho certeza, mas se não me engano, meu pai recebeu rosas de amigos, certa vez, após uma cirurgia.

Mas ai o tempo foi passando, o mundo ficando mais moderno, e num sábado de sol de 2010, ao abastecer o carro, recebo uma rosa branca de um dos frentistas. “Melhor que vermelha”, pensei ao repassá-la à namorada, no banco do carona. Metros atrás um senhor fortinho (como diziam nossas avós) recebia também uma de um novo frentista. A cena era até mesmo (digamos) fofa. Para quem via de longe, ridícula, mas também fofa (o que também não é um grande elogio).

Perguntei ao frentista o motivo da rosa. Disse que era cortesia do posto. Perguntei novamente, tentando entender o por que de uma rosa e não outra coisa. Disse que não sabia, mas que as rosas estavam muito bonitas. Estavam, realmente. Mas achei esquisito. Com os olhos, procurei onde guardavam as rosas. Talvez num display, ou num grande vaso... Que nada. Estavam dentro de um grande balde azul, ao lado da bomba de gasolina aditivada.

Há pouco mais de um mês escrevi sobre postos de gasolina, lembram? Citei a promoção dos postos Alê, que tinham raspadinhas com prêmios como porta-CD, porta-óculos ou aparador de Sol. Todos eles com algo em comum: seu uso no itnerior do carro. Tinham um motivo para existir. As rosas, naquele contexto, nada me diziam. Se havia alguma razão, certamente nem o frentista nem eu a conhecíamos.

Sem dúvida as rosas em nada desagradaram a quem as recebeu, mas não entendi o motivo delas. Não faziam parte de contexto algum, e como agrado – ao meu ver, não gerava o resultado esperado. Pesquisas de meados de 2008 mostravam que motoristas possuem seus postos preferidos (confiança no combustível), e quando o trocavam era por preço. Uma compra altamente racional, que passa longe do romantismo e da sensibilidade daqueles nobres frentistas.

::: joao.riva@pensandoopdv.com.br

Um comentário:

  1. Rosas?
    É, rosas realmente são bonitas e possuem um simbolismo muito forte dependendo da situação.
    mas essas atitudes só trazem um retorno quando quem recebe tem a sensibilidade para entender o significado naquele momento.

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