quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Cobrar agora, não!

A home do UOL, de ontem, informava que o New York Times pretende cobrar para que os internautas tenham acesso às suas notícias. Não vou entrar nos méritos pelo fato de se cobrar pelas informações e o que os jornalistas pensam disso, pois esse já é um assunto antigo. Por muito tempo jornalistas se rebelaram em blogs quanto ao fato dos portais optarem por cobrar por informações, assinantes fizeram boicotes, entre outros. Sem dúvida, cobrar ou não por informações online seria um assunto bacana a debater. Mas já parou para pensar o motivo deste debate? Simples. Porque elas sempre foram gratuitas! Ninguém debate o fato de jornais e revistas impressas cobrarem pelo seu conteúdo.

Não tem jeito. Se durante algum tempo você ofereceu ao seu consumidor um serviço gratuito, passar a cobrar por ele se torna um drama e gera reclamações. Sabe aquela padaria que sempre entregou seus pães na casa dos clientes, e de repente passa a cobrar um valor mínimo de compras para realizar esta mesma entrega? Clientes fiéis e costumeiros, sem dúvida, se revoltarão. Mas e se ela nunca ofereceu este serviço, e repentinamente resolve oferecer com um preço extorsivo? Acredite: haverá pouca ou nenhuma reclamação. A impressão que dá ao consumidor, no primeiro caso, é que está lhe sendo tirado um direito, e nada é pior que isso.

Sendo assim, não tem jeito: se pretende cobrar por um serviço ou produto, o faça desde o princípio. A estratégia costumeira é começar com um valor baixo e se preciso, ir aumentando aos poucos. Mas, se sua empresa, por algum motivo, não optou por este caminho e agora precisa cobrar por algo que antes era gratuito, faça da maneira mais discreta possível. Se preciso, explique o motivo ao consumidor. Posso sugerir? Lembra o exemplo da padaria? Se vai cobrar pela entrega, crie um motivo, mesmo que fictício. Informe a todos que, a partir do próximo mês, todas as entregas da padaria serão realizadas em até 15 minutos, e por conta disso as entregas passarão a ser cobradas. Se puder ter a opção gratuita funcionando ao mesmo tempo, melhor – a tática é se desfazer dela mais tarde, quanto todos se habituarem a pagar por este serviço “melhorado”.

::: joao.riva@pensandoopdv.com.br

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