segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Empresas Flanelinhas

Neste sábado resolvi jantar em um restaurante mexicano de Pinheiros, e lá vivenciei como estes locais tiram proveito de espaços públicos para, de alguma forma, gerar lucro próprio. “Tudo bem”, dizemos todos. Normalmente não nos incomodamos com certos abusos praticados pelos locais que freqüentamos. Infelizmente, estamos acostumados com eles.

Desta vez, mesmo acostumado, resolvi reclamar.

Cheguei ao mexicano por volta das 23h, e a primeira coisa que avistei à sua porta foi o serviço de valet cobrando R$ 12,00 por veículo. Como já pago uma fortuna no Seguro do Carro, resolvi parar na rua. Dei uma volta no quarteirão e nada de vagas. Vencido pela comodidade, deixei o carro com o manobrista.

Depois de jantar, voltei ao valet. Na minha frente, um casal que parecia estar em seu primeiro encontro. Ele pede o carro, paga os R$ 12,00 e recebe a chave da mão do manobrista, afinal, seu veículo estava estacionado na calçada, em frente ao restaurante – que situação... Os carros dos demais clientes estavam todos ali, espalhados pela rua. As vagas da rua, agora livres, com cones demarcando território.

Era algo descarado, de tal forma que os clientes, ao saírem do restaurante, se sentiam ridículos. Estava explicado, para mim, o motivo de não encontrar vagas livres no momento em que cheguei. Assim como fazem os flanelinhas de porta de estádio, o valet havia se apoderado de toda a rua. Sei que o serviço não é fornecido pelo restaurante (entrei em contato com eles hoje cedo), mas sim por uma empresa parceira. No entanto, meu descontentamento se reflete no serviço fornecidos pelo restaurante – é como normalmente ocorre nestes casos.

O que os proprietários deste e de outros locais que agem da mesma maneira não percebem é que um bom serviço começa antes mesmo do consumidor entrar em seu estabelecimento. Para ser preciso, começa no momento em que o cliente pondera a possibilidade de ir até ele (nesta hora, por exemplo, um site com informações e mapa do lugar é um serviço e tanto), e termina apenas quando ele chega em sua casa (restaurantes que firmam parceria com taxis, como outro exemplo).

Enquanto não entenderem este conceito básico, continuaremos convivendo com empresas flanelinhas.

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joao.riva@pensandoopdv.com.br

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