quarta-feira, 24 de março de 2010

As verdadeiras Julianas

Em maio de 2004 a Playboy chegava às bancas com a Juliana Paes na capa. No mesmo período, eu e grande parte do Brasil recebíamos por e-mail as mesmas fotos, mas ainda sem o Photoshop. Neste e-mail, a Juliana que recebia era a mesma das novelas, mas um pouco diferente daquela da revista. Na época, ela disse a imprensa que não tinha visto problemas no vazamento destas fotos, pois ela é uma mulher como qualquer outra, com seus defeitos e qualidades. Desde então , mas não por isso, marcas passaram a investir em comunicação fazendo uso de homens e mulheres comuns, e não somente de modelos perfeitos.

Acho muito bacana este movimento, mas sempre tive minhas dúvidas quanto a ele. Afinal, nem todos os que compram bermudas de surf são surfistas, e nem todas que compram carro 4X4 querem adrenalina. Muitas vezes o consumidor quer apenas vestir uma camisa ou se parecer como tal. No caso da Juliana Paes, asseguro: prefiro a versão da revista, mesma sabendo que é falsa. E não sou o único: em uma pesquisa realizada em 2009, mais de 90% de leitores do gênero informaram que, mesmo sabendo que existem retoques neste tipo de revista, é assim que preferem. Para eles, este acesso quase impossível ao que é perfeito torna a brincadeira divertida.

Mas o que isso tem a ver com as propagandas e comunicações de ponto de venda que exibem pessoas normais? Muito. A Arizona State University, University of Cologne e a Erasmus University apresentaram um estudo afirmando que estas comunicações dificilmente funcionam com seu público. Segundo elas, quando a consumidora vê numa propaganda um corpo perfeito, ela se compara a ele. Naturalmente, em muitos casos sua baixa estima cai devido a isso, e para poder se parecer ou sentir como elas, compram o produto em questão.

Mais sobre esta pesquisa? Acesse:
Media Bistro

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