Lei Cidade Limpa multa em R$ 2,37 milhões

“Uma produtora de eventos recebeu nesta quarta-feira (11) uma multa no valor de R$ 2,37 milhões por ter colado irregularmente 237 cartazes em postes nas imediações do metrô Tucuruvi, na Zona Norte de São Paulo. Essa foi a maior multa para um único infrator já aplicada pela Secretaria de Coordenação das Subprefeituras desde a entrada em vigor da Lei Cidade Limpa, em janeiro de 2007. Para cada cartaz afixado irregularmente, a subprefeitura de Santana/Tucuruvi calculou uma penalidade de R$ 10 mil. A produtora fazia propaganda de baile funk que vai acontecer em Guarulhos”, texto do G1, mas que poderia estar em qualquer portal de internet.

Fico indignado! Não com a produtora de eventos, mas com a Prefeitura de São Paulo. Mas, assim como Jack, vamos por partes. Começo pela produtora de eventos. É obvio que a propaganda do tal baile funk está ferindo a Lei Cidade Limpa, e ela deve ser multada por isso. Afinal, se nenhuma empresa pode fazer o mesmo, porque ela teria este direito? A cidade realmente está mais organizada e bonita sem as propagandas espalhadas por ai. Se o valor da multa foi justo, é outra história e não focarei este texto deste detalhe de R$ 2,37 milhões.

O que me deixa indignado (e a muitos outros, tenho certeza), é a velha história dos dois pesos e duas medidas. A cidade de São Paulo está poluída visualmente quase como na época que antecedia a lei. Placas do Skaf em cada esquina, e bandeiras dezenas de deputados (federais e estaduais) nos faróis. Adesivo nos vidros dos carros, então, nem dá para contar! Mas não tem problema: eles não são multados, já que propaganda eleitoral é permitida.

São estas exceções que incomodam. Mais ainda, quando a exceção é a favor justamente dos responsáveis pela lei. Como diria o Huck, “Loucura, loucura, loucura”.

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