quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mobile Marketing – fim das promoções com cartas?

Você se lembra da última vez que colocou uma carta nos Correios? E daquela vez que recortou códigos de barras e os enviou para uma caixa postal? Se você buscou respostas em sua mente e o resultado foi “não lembro” ou até mesmo “nunca mandei uma carta”, não se assuste, você é normal!

Pergunto ainda: Você sabe enviar uma carta? Sabe em qual lado se coloca o remetente e o destinatário? Pois é, estas eram as minhas duvidas quando comecei a trabalhar no mercado de interatividade digital, em meados de 2006.

Meu primeiro emprego foi como data-base de uma revista de economia. Era responsável por todo o mailing VIP para o envio das edições, lançamentos, promoções, etc. Era um trabalho muito difícil, pois se tratava de atualizar nomes, endereços e cargos de profissionais de alto padrão - o que resultava numa atividade longa e muitas vezes de difícil assertividade. Atualmente, a função de database foi substituída por ferramentas interativas de CRM, como e-mails marketing, sistemas web e até SMS (mensagem de texto no celular).

De 2006 até hoje, o mercado brasileiro vem sofrendo uma transição muito grande entre o que chamamos de “físico e digital”. Físico pelas questões e processos que envolviam a postagem de cartas, envio de malotes e até telegramas. Já o digital, pelo uso de programas dotados de inteligência artificial, como e-mails e SMS.

Com as promoções, a situação tem se repetido ano após ano. Quando comecei a trabalhar com mobile marketing, em 2007, o resultado das prospecções era baixo demais. Era muito difícil (e ao mesmo tempo complexo) explicar o que era mobile marketing. Não existiam cases, dados de mercado, e normalmente uma ligação a um prospect era encerrada sem o objetivo básico cumprido: uma reunião de apresentação.

Em 03 anos de mercado, o trabalho do setor foi plantar sementes sobre Mobile Marketing nas agências de promoção, clientes finais e até na própria família. Ele era visto como uma “coisa de jovem”, e só as marcas com este foco poderiam utilizar a tecnologia.

Mas eu pergunto: qual a dificuldade de enviar um SMS para participar de uma promoção? Lembro-me com muita felicidade da promoção “Vidão Melitta” (Melitta), onde o público em questão eram donas de casa com mais de 35 anos. O resultado foi astronômico. Uma promoção encerrada antes da data final, devido a falta de números de série! Algum a outra promoção já atingiu este marco? Creio que não.

O que quero dizer com as informações acima? O mobile marketing passou por um período de fomentação muito difícil e com grandes desafios - como a consolidação de um modelo comercial adequado, segmentação das empresas e até mercado de atuação.

Em 03 anos de trabalho no setor, já participei de inúmeras reuniões de projeto onde o cliente questionava o funcionamento, a credibilidade e autenticidade do processo. Porém, quando o projeto era aprovado e tinha seu inicio, certamente o resultado era satisfatório.

Em se tratando de números, em 2007 foram realizadas aproximadamente 08 grandes promoções nacionais, entre elas: Pepsi, Coca-Cola, Santher, Melitta, Sony-Ericsson.

Já em 2008, além das marcas citadas acima, o volume de promoções dobrou, o que permitiu a abertura do mercado Mobile também para as empresas que apresentavam um menor investimento em promoções eletrônicas, como a Microsoft (promoção “Casa Nova com Windows Vista”) - campanha onde os códigos promocionais eram baseados no número de série dos produtos adquiridos pelo consumidor. O grande sucesso de 2008, porém, foi a promoção “Vida Qualy”, (Sadia) com mais de 4 milhões de participações via SMS e Hot Site.

Em 2009 vivemos um “boom” de promoções com SMS: Coca-Cola, Bauducco, Nestlé e Avon realizaram mais de duas promoções no período, cada. Marcas como Kellog’s, Assai, Kraft, Royal, Nokia, também realizaram grandes promoções. Porem, o grande sucesso deste ano foi a promoção “80 anos Unilever”, apresentando um “gigante” investimento em mídia, além do maior prêmio já pago numa promoção (R$ 2 milhões) - ouvi comentários afirmando que as participações na promoção foram superiores a 10 milhões de unidades.

Neste ano, até o mês de maio (atual), já foram realizadas diversas promoções de grande porte envolvendo Mobile MKT, como: Coca-Cola, Danone/Activia, Perdigão, China in Box, Nokia, Nova Schin, Maggi, Neve, Santher, entre outras.

A previsão para o restante do ano é muito positiva, e devemos atingir a marca de 30 grandes promoções Mobile! Já é possível dizer que o mobile marketing deixou de ser uma tendência e passou a ser uma realidade no planejamento das agências de promoção, e também das áreas de produto e marketing das grandes empresas.

A questão que proponho para avaliação é: o que falta para o mobile marketing ser o meio de participação mais utilizado no país? Até o próximo post!

:: Daniel Vieira é Profissional de VAS (Value Added Service) desde 2007, no mercado de Mobile Marketing. Atuando no atendimento das maiores agências de promoção do Brasil, é também um dos responsáveis pelas maiores campanhas mobile dos últimos anos, e colunista do Pensando o PDV. O siga no Twitter - @danielsvieira
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário